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Como Viver em Deus

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Por muitos séculos os homens tentaram buscar a Deus, através de representações. Cultos a divindades menores, precursores das religiões, consolidaram no espírito humano, a necessidade de expressar a sua fé, mas acima de tudo, de procurar entender as manifestações de fenômenos que o surpreendiam mas que ele não compreendia.

Atribuía a cada fenômeno uma divindade superior a ele, portadora de poderes que ele próprio jamais poderia alcançar. E surgiram os mitos, por sua vez consolidadores dos arquétipos junguianos. E são eles que ainda vivem em nosso inconsciente coletivo, alicerçados e fortalecidos pelas religiões místicas e míticas. Despertados pelas mídias, fortalecem a crença de que os heróis e guerreiros super-humanos podem atender às necessidades psicológicas e emocionais de todos.

Afastado de Deus, porque este se projetou num ser humano crucificado que volta inexplicavelmente da morte, a afirmar-se no paradoxo “ninguém é feliz se não sofrer”, hoje continua sua busca e tenta encontrar o sentido da vida, seja nos vícios de toda sorte, ou vivendo para o ganho financeiro na satisfação de desejos nunca satisfeitos.

Em outras religiões monoteístas, prevalece o deus guerreiro, a embeber a sua espada vingadora no sangue daqueles que o contrariam ou aos seus adeptos bem como aos seus interesses de poder.

Religiões orientais atribuem a divindade ao próprio ser humano, divindade esta recolhida em seu mais profundo íntimo, aguardando pelo despertamento por meio de meditação e rituais diversos.

Os hindus acreditam num espírito supremo cósmico, que é adorado de muitas formas, representado por divindades individuais.

Contudo, o Espiritismo, através de sua filosofia, veio ao encontro dessa aspiração superior que todos possuímos, ao revelar Deus como inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. E tudo o que está à nossa volta, como fruto de sua criação.

René Descartes e seu res infinita caminhou perto dessa revelação, ao afirmar que era impossível não conhecer Deus, obreiro que se manifesta em sua obra. Baruch de Spinoza viu a Deus nessa obra e no seu próximo. O primeiro admitiu a transcendência divina, o segundo, a negou. Mas este e outros que o seguiriam, tinham em mente, ao negá-lo, o deus das religiões.

Os atributos de Deus, meios pelos quais poderemos conhecê-lo, foram citados por Parmênides em sua busca pela essência do Ser, apreendidos por Kardec, e consubstanciados em descrições de fácil assimilação.

Deus é onipotente, onipresente, soberanamente justo e bom, e assim podemos compreender que as suas leis imersas na consciência humana, são o sinal inequívoco de seu Amor por nós.

Jesus de Nazaré, mal interpretado, foi isolado no panteão de deuses pagãos, ele mesmo filho de um deus com uma mortal, anunciado por uma divindade, e portador de dons miraculosos. Somente a Filosofia Espírita poderia trazê-lo de volta aos nossos olhos e razão e coração, da maneira como ele é e sempre foi: um Espírito de superioridade espiritual jamais alcançada por um mortal deste plano de existência, e de envergadura moral ainda não compreendida por todos.

Jesus de Nazaré não é Deus, nem poderia sê-lo, ele afirmava a todos e a todo momento que havia sido enviado por seu Pai que estava nos céus, na linguagem bíblica; representava-o, portanto, com todas as qualidades adquiridas e conquistadas por um Espírito desse porte.

E ainda afirmava e continua afirmando: ninguém vai ao Pai senão por ele, Jesus.

O Espiritismo veio dar vida aos ensinamentos de Jesus, pois une Conhecimento e Fé; Fé e Razão, Ciência e Espiritualidade. Conhecê-lo é conhecer a Deus, a Jesus e às potencialidades humanas que o Pai depositou em nós.

Sonia Theodoro da Silva

Filósofa e espirita.

(Publicado em The Journal of Psychological Studies, London, England)

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