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Edgar Allan Poe

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Introdução

Impetuoso, teimoso, arredio, estranho, sensível, corajoso. Espirituoso! Falar sobre Edgar Allan Poe é certamente uma aventura. Enigmático, talentoso, romântico, vigoroso. Gênio literário! Quem conhece pelo menos um pouquinho desse tal Allan Poe pensa nele como tenebroso, aflito, sombrio, apaixonado. Encantador! Adjetivos não lhe faltam, e se são positivos ou negativos, quando se trata de Poe, isso realmente pouco importa – ele é mesmo excêntrico!
Nas próximas linhas, entretanto, nosso objetivo não será analisar os traumas do pobre garotinho órfão, o homem controverso ou o autor exímio de tantos contos, poemas e outros textos espetaculares, por mais arrebatadora que seja essa vontade. A seguir, vamos à busca de um verdadeiro enigma: as aparições de Edgar Allan Poe em terreno espírita. E que nos ajude o senhor Sherlock Holmes!

Nota: O pequeno retrato no início deste artigo é um dos únicos 12 oficialmente reconhecidos como de Edgar Allan Poe, feito em vida. O artista é desconhecido. Os materiais utilizados foram caneta e tinta. A silhueta recebeu a rubrica do próprio escritor, exibindo apenas suas iniciais: EAP. Fonte: Universidade de Cornell (web site).

Edgar Allan Poe e Arthur Conan Doyle

Não houve confusão. O apelo elementar ao afamado detetive inglês foi só para trazer à mente a figura de Sir Arthur Ignatius Conan Doyle – para nós, espíritas, precursor do Espiritismo (e também pai do Holmes), para o resto do Planeta, trata-se do grande escritor e médico britânico, criador de Sherlock Holmes.
Teríamos, aqui, nossa primeira pista para um suposto envolvimento de Edgar Allan Poe com as questões espíritas? Vejamos.

“Um corpo perfeito é o único mediador da alma. É o corpo que liga a alma com o mundo exterior.”

Trecho de carta do Dr. Thomas Holley Chivers (médico, autor, poeta e pesquisador americano) para E. A. Poe.

Imagem: Edgar A. Poe. Museu Poe, Richmond – Virginia-EUA. Artista: Friedrich Bruckmann.

Edgar Allan Poe nasceu em 1809, na cidade americana de Boston – Massachusetts, e retornou à vida espiritual minguados 40 anos depois, diretamente de Baltimore, no estado de Maryland. É considerado o “pai” do romance policial e “padrinho” da ficção científica. Dizer que uma parcela significativa de seu trabalho foi permeada pelo mistério é pouco. Poe exalava uma estranha e nada discreta obsessão pelo desconhecido e explorava com vigor os aspectos secretos, intrigantes e até bem obscuros das relações entre o mundo físico e o imaterial.

Conan Doyle, no entanto, nasceu em Edimburgo – Escócia, em 1859. Somente em 1887 deu início às suas observações no campo da espiritualidade, voltando à verdadeira vida já no século seguinte, em 1930.

Hum… Nem contemporâneos foram.

Ambos, Poe e Doyle, foram escritores que cativaram o mundo com sua paixão pelo mistério. Os dois sofreram de depressão em dado momento de suas respectivas vidas e, de certa forma, isso também estimulou sua inclinação à exploração das relações entre a vida e a morte, cada um a seu próprio modo.

Mas, se Edgar Allan Poe trilhou caminhos que o deixaram frente a frente com o Espiritismo, obviamente não foi via Arthur Conan Doyle. Devemos seguir em frente.

Foi nesta pequena casa, The Poe Cottage*, localizada no atual bairro do Bronx, na cidade de Nova York – EUA, que Edgar Allan Poe viveu os últimos três anos de sua vida. Aqui, produziu alguns de seus mais famosos escritos, como “Annabel Lee”, “Eureka”, “Os Sinos” e, talvez, o mais célebre de todos os seus poemas, o fatídico “O Corvo”. Também foi aqui, nessa morada simples, onde nosso escritor experimentou sua mais dolorosa prova, vendo partir, para a outra vida, sua amada esposa Virginia.

* A Casa de Poe.

Fonte/imagem: Sociedade Histórica do Distrito do Bronx, NY. (The Edgar Allan Poe Cottage web site)

 

Tormento

“Deixo 50.000 francos para os pobres. Gostaria de ser levado para o cemitério em um caixão de pobre. Eu recuso a oração de qualquer Igreja, mas solicito a prece de cada alma. Eu acredito em Deus.”

Texto de Victor Hugo, formalizado em testamento.

Fonte: “The Tablet” – Jornal católico britânico (web site).

Imagem: Victor Hugo – Gutenberg Org (web site).

A exemplo de Sir Doyle, Victor Hugo, autor de “Os Miseráveis” e “O Corcunda de Notre-Dame”, também se dedicou, efetivamente, a estudar as implicações do vínculo entre o mundo físico e aquele um dia chamado sobrenatural. Em suas criações literárias, entretanto, explorou mistérios distintos, como por exemplo, as diferenças de elevação na estrutura moral do ser humano e os possíveis reflexos disso no meio em que vive.

Diferente de Allan Poe, Hugo não deixou passar a oportunidade e, segundo Camille Flammarion, em “Les Annales Politiques et Litteraires” – 1899 (Fonte: Folha Espírita – web site), declarou em vida sua crença resoluta nas manifestações dos Espíritos.

Na verdade, Victor Hugo foi um precursor do Espiritismo. Poe, não.

Vejamos um pouco mais sobre sua vida e obra, ainda que brevemente, buscando compreender as motivações de Edgar Allan Poe ao insistir no pós-vida.

“A Alma se verá só
Em meio aos sombrios pensamentos da lápide cinzenta
Ninguém, de toda a turba, para se intrometer
Na tua hora de recolhimento:
Ficai silente nesta solidão,
Que não é solidão – pois aí
Os espíritos dos mortos que estiveram
Em vida diante de ti – e sua vontade
Te sobrepujará: ficai quieta.”

 

Trecho de “O Espírito dos Mortos”, de E. A. Poe.

Imagem: Edgar Allan Poe – Galeria Nacional de Imagem de Washington-EUA (web site). Artista: Samuel S. Osgood.

É sabido que nosso autor nasceu “Edgar Poe”, em berço bastante humilde. Filho de atores essencialmente circenses, o pequeno Edgar ficou órfão em tenra idade, sendo adotado com pouco mais de dois anos por Frances e John Allan – daí Edgar Allan Poe.

Embora estudar a psique de Poe não seja nosso objetivo, é importante saber que momentos aflitivos não lhe foram raros. Também não nos cabe examinar suas dificuldades quanto a superar as provas da vida. Avaliar as características ou a qualidade de sua escrita criativa igualmente não é nosso foco.

Vale lembrar que nosso intento é perceber o porquê de, em dado momento, o nome Edgar Allan Poe ter sido associado ao Espiritismo. Seria por tanto abordar, muitas vezes de forma perturbadora, o que, eventualmente, para esta ou aquela mente, assombra o tema “morte”?

“A vida real do ser humano consiste em ser feliz, principalmente por estar sempre na esperança de sê-lo muito em breve.” Edgar Allan Poe.

 Quarto de Edgar Allan Poe – Universidade da Virgínia.

Edgar Allan Poe escreveu narrativas de ficção, peças teatrais, contos, ensaios, poemas, críticas literárias.

De fato, das suas centenas de escritos, inúmeros trabalhos foram dedicados às emoções da perda, dor, desespero, horror, mistério, tragédia e dúvida, para ilustrarmos rapidamente o contexto.

Vamos pensar um pouquinho a respeito dessas palavras.

Perda. Privação. A morte do corpo físico, por exemplo, nos leva à privação da convivência (muito mais que isso) com nossos entes queridos. Cada um de nós lida com a morte de forma bem particular, mas observamos que algumas pessoas são arrebatadas por uma dor e, provavelmente, por um sentimento de incompreensão: Por quê? Qual o sentido disso? E parecem morrer também, de certa forma. O senhor Poe era uma dessas pessoas.

Dor. Desgosto. Mágoa. Decepção. Arrependimento. O espírito sofre com a separação; ressente o que não se realizou, e o que agora percebe como impossível.

Desespero. A força perdida. A sensação de impotência. O indivíduo julga-se sem saída, como se aquela circunstância fosse durar para sempre.

Horror. Aversão. O horror pode ser algo repugnante, pavoroso. Pode ser uma lembrança ruim a nos atormentar ou uma situação presente que consideramos simplesmente inaceitável. Pode ser uma doença, por exemplo.

Mistério. Oculto. Secreto. Pode ser qualquer coisa que ignoramos. No caso de Poe, frequentemente um tormento.

Tragédia. O sinistro, na companhia do mau agouro. Poe gostava de explorar acontecimentos noturnos: na escuridão, algo temível pode estar à espreita.

Dúvida. Realidade ou pura imaginação? É um sonho? É real? O que é isso que estamos vivendo? O que é a vida e como é a vida após a morte?

“Tudo o que vemos ou parece

Nada mais é do que um sonho dentro de um sonho.”

 Trecho de “Um sonho dentro de um sonho”, de Edgar Allan Poe.

 Imagem: Coleção Edgar Allan Poe, de Susan Jaffe Tane – Universidade de Cornell. Artista: Édouard Manet.

Não é nossa meta, ainda, divagar sobre as sensações experimentadas por Allan Poe ao longo de sua existência ou mesmo aquelas limitadas à sua carreira como escritor. As palavras destacadas logo acima servem apenas para marcar que, enquanto alguns levantam, sacodem a poeira e dão a volta por cima, outros não.

Em seus textos, Poe demonstrava tremenda insatisfação diante das respostas elementares da vida. Havia mais! E ele sabia da incompetência dos sentidos físicos, por assim dizer, para alcançar o imponderável. Ele queria mais! E foram suas experiências pessoais que o nortearam em uma busca implacável por entendimento.

Vamos a alguns trechos famosos de Edgar Allan Poe:

“Minha proposta geral, então, é a seguinte: – Na unidade original da Primeira Coisa reside a causa secundária de Todas as Coisas, com o germe de sua aniquilação inevitável.”

 (“Eureka”)

“Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!”, eu disse. “Parte!

Torna à noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!

Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!

Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!

Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!”

Disse o corvo, “Nunca mais”.

(“O Corvo” – Tradução de Fernando Pessoa)

“Eu não fui, desde a infância

Como outros eram… não olhei

O que outros viam… não busquei

Na mesma fonte as minhas ânsias…

Não foi do mesmo poço que tirei

Minha amargura… meu coração

Não entoou, em coro, hinos de louvor…

E tudo o que eu amei, amei em solidão…”

(Só)

Em sua última passagem pelo campo físico, Edgar Allan Poe foi um artista prolífico e de altíssima qualidade, que deixou por aqui um dos mais importantes legados literários do nosso mundo.

Não dizemos que os artistas são “mais sensíveis”? Que suas emoções são “mais afloradas” do que as da maioria das pessoas? Que a “percepção apurada” dos artistas provavelmente os deixa mais próximos das esferas imateriais, onde certamente são capazes de coletar inspirações sublimes?

Bem, evidentemente, não é sempre assim, mas tais ideias não estão tão distantes da realidade de determinados talentos.

De fato, a expressão pela arte, seja qual for, requer qualidade na capacidade de apreensão dos estímulos ao nosso redor e outras tantas virtudes quantas forem possíveis para se engendrar a liberação de toda essa captação para que o mundo possa, então, desfrutar também dos dons dos artistas.

Trocando em miúdos, sim, os artistas exploram muito mais a mediunidade do que nós outros – mesmo sem o saber!

Se Edgar Allan Poe não se dedicou ao Espiritismo conforme fizeram Conan Doyle e Victor Hugo, de uma coisa não há dúvida: inspirações, aquelas, não lhe faltaram!

“Onde estava a narrativa policial até que Poe lhe soprasse o sopro da vida?”

Arthur Conan Doyle, em discurso que antecedeu o jantar comemorativo do Centenário de Edgar Allan Poe, promovido pela Sociedade do Autor (Author’s Society), em março de 1909.

 Fonte: Sociedade Edgar Allan Poe de Baltimore

Imagem: O Jovem Doutor Arthur Conan Doyle. The Arthur Conan Doyle Literary Estate (web site).

 

Allan Poe e Jackson Davis

 

“Certamente não há mais coisas no céu e na Terra do que sonha (oh, Andrew Jackson Davis!) em sua filosofia.”

 Edgar Allan Poe sobre o trabalho de A. J. Davis.

Fonte: The Edgar Allan Poe Society of Baltimore – web site.

 Imagem: O jovem A. J. Davis – “O Vidente de Poughkeepsie”. Galeria de Imagens Andrew Jackson Davis (A. J. D. web site).

O ano era 1826. Os Estados Unidos da América perdiam duas importantes personalidades de sua história, os ex-presidentes Thomas Jefferson e John Adams (dois dos autores da Declaração da Independência americana, promulgada em 4 de julho de 1776) – ambos chamados de volta ao plano espiritual precisos 50 anos depois, num mesmo dia 4 de julho. Que curioso!

Então, pouco mais de 30 dias depois, não só os EUA, mas todo o mundo receberia, com invisíveis braços abertos, nosso querido Andrew Jackson Davis – precursor do Espiritismo!

Foi em Blooming Groove, um povoado junto ao Rio Hudson (sim, o mesmo onde pousou forçadamente aquele avião da US Airways, em 2009), no estado de Nova York, que nasceu, em 11 de agosto de 1826, Andrew Jackson Davis.

Por volta de 1843, Davis assistiu à sua primeira palestra sobre mesmerismo e, logo em seguida, descobriu a si mesmo como vidente e amplamente capaz de captar informações vindas de outros planos.

A partir daí, ninguém mais segurou esse menino. Jackson Davis tornou-se estudioso, escritor, palestrante e proclamador fervoroso sobre a chegada de uma nova era, à época reconhecida apenas como neo-espiritualismo.

Ora, pois não é que nosso Edgar Allan Poe deu o ar da graça por lá? Sim! Assistiu a algumas das palestras de Davis, ficou impressionado com os assuntos divulgados e com a indiscreta convicção daquele jovem às voltas com a espiritualidade.

Pronto. O mundo ganhava mais alguns contos e outros escritos recheadíssimos de mistérios, hipnotismo, mesmerismo, magnetismo e, claro, das coisas d’outro mundo.

Edgar Allan Poe com sua mãe adotiva, a Sra. Frances Allan. Interpretação artística em carvão, do século 19. Autor desconhecido

Na opinião do escritor Mitch Horowitz, que estudou as relações entre Davis e Poe e tem o apoio da Biblioteca Pública Distrital de Poughkeepsie, NY – cidade onde cresceu e tornou-se conhecido Andrew Jackson Davis –, Edgar Allan Poe foi influenciado pelo trabalho de Davis.

Especialmente em escritos como “O Caso do Sr. Valdemar”, em que um mesmerista coloca um homem em estado hipnótico no exato momento de sua morte, e em “Eureka”, onde descreve suas impressões intuitivas quanto à natureza do Universo, Poe dá fortes indicações de que as observações de Davis tiveram peso em suas criações.

Ainda assim, Allan Poe limitou-se a indicar seus pensamentos sobre a vida, a morte, ou quanto à sobrevivência da vida sobre a morte do corpo físico de uma maneira apenas: a forma artística.

Edgar Allan Poe foi um artista, um escritor – e ainda o é, nós sabemos. Como homem criativo, dedicou-se à arte; e foi assim que deixou sua marca neste mundo, não como partidário do Espiritismo.

Mas essa história de Poe no universo espírita não termina aqui. Vamos em frente!

“É Ciência, porque se trata de um conjunto organizado de conhecimentos relativos a certas categorias de fatos ou fenômenos analisados empiricamente, catalogados e relatados por seus pesquisadores, representado pelo O Livro dos Médiuns”. Diz Kardec, ‘A fé sólida é aquela que pode encarar a razão, face a face.’”

Fonte: Site do Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz. Texto “O que é Espiritismo”, de Ana Gaspar, trecho extraído de “O que é o Espiritismo” de Allan Kardec.

 Imagem: Passeio pela Ponte Alta. Artista B. J. Rosenmeyer. Print Collection, Livraria Pública de Nova York, Fundações Lenox e Tilden.

Edgar Allan Poe e o Espiritismo

O Espiritismo é religião, ciência e filosofia. O Espiritismo nos faz pensar. Quem pensa, questiona. E a Doutrina dos Espíritos nos garante o “direito de examinar”. Não é para ter mistérios no Espiritismo. E não é para acreditarmos em tudo que leva o rótulo “espírita”. É preciso ver. É necessário ouvir.  É imprescindível estudar, desconfiar, investigar, compreender, saber. E é altamente recomendável saborear a jornada, em vez de curtir a viagem!

Neste artigo, ainda que brevemente, volto a dizer, investigamos os motivos, as possíveis causas para vermos o nome do escritor americano Edgar Allan Poe associado ao Espiritismo. Ele não é um precursor, já sabemos, mas esbarrou na causa quando travou contato com Andrew J. Davis.

Nosso criativo autor escreveu muito a respeito das relações entre o mundo físico e o imaterial. Sondou bastante, dentro do que lhe foi concebível, os mistérios entre o céu e a terra. Finalmente, talvez de tanto perscrutar o insondável, acabou ele próprio, coitado, enredado nas tramas da espiritualidade.

Aquarela sobre papel, retratando Virginia, a jovem amada esposa de E. A. Poe.

Fonte/imagem: The American Museum of Photography (web site).

Edgar Allan Poe está morto. Ele faleceu anteontem, em Baltimore. Esta notícia surpreenderá muitos, mas entristecerá poucos.” Foi assim que, no dia 9 de outubro de 1849, o escritor e editor Rufus Wilmot Griswold anunciou a morte do poeta americano. Então, mais de 150 anos depois do desencarne de E. A. Poe, outra notícia a respeito do pai do romance policial também surpreenderia muitos, mas, desta vez, convenceria poucos.

Chegamos à mais recente e, provavelmente, à mais tênue conexão de Edgar Allan Poe com o Espiritismo: citação em psicografia no Brasil.

Segundo o mediador do relato, um médium brasileiro, Poe, o espírito Poe, teria realizado aqui mesmo, em nosso País, algumas proezas dignas de seu afamado contexto literário. A mais curiosa delas, sem qualquer sombra de dúvida, seria a própria materialização, isenta do auxílio de um único médium sequer, a partir, apenas e tão somente, dos fluidos remanescentes do cadáver de um alcoólatra recém-falecido.

Gravura de Frederick T. Stuart, artista de Boston, assinada por E. A. Poe apenas algumas semanas antes de sua morte.

No entanto, ensina-nos a codificação espírita que, para a realização de efeitos físicos, como uma materialização, por exemplo, é imprescindível a participação de um ou mais médiuns aptos a doar e a controlar ectoplasma.

Pois é, lá se vai mais uma circunstância – nossa última possibilidade – que também não valida Poe como adepto ou simpatizante da causa espírita. É o fim de nossa busca.

Edgar Allan Poe – que persona! Espírita? Quem sabe na próxima. E para o caso de materializações sem a ajuda de pelo menos um especialista, ou seja, sem a assistência de pelo menos um médium capacitado, consulte sempre o seu corvo interior e repita: “Nunca mais”.

Abraço fraternal a todos!

Colaboração: Analy Ribeiro

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