Pitágoras
Pesquisa realizada por Eduardo Salles Nunes de Souza
Pitágoras nasceu em Samos, vivendo o apogeu de sua vida em torno de 530 a.C. e morrendo no início do século V a.C.
Segundo a tradição, o criador do termo “filosofia” foi Pitágoras, o que, embora não sendo historicamente seguro, no entanto é verossímil. O termo certamente foi cunhado por um espírito religioso, que pressupunha só ser possível aos deuses uma sofia (“sabedoria”), ou seja, uma posse certa e total do verdadeiro uma contínua aproximação ao verdadeiro, um amor ao saber nunca saciado totalmente, de onde, justamente o nome “filosofia” ou seja, ” amor pela sabedoria”.
As doutrinas pitagóricas também tiveram muita difusão em inúmeras outras cidades da Itália meridional e da Sicília: de Síbari a Régio, de Locri a Metaponto, de Agrigento a Catânia.
A ”vida pitagórica”
A ciência pitagórica era cultivada como meio para alcançar um fim e esse fim consistia na prática de um tipo de vida apto a purificar e a libertar a alma do corpo.
Pitágoras parece ter sido o primeiro filósofo a sustentar a doutrina da metempsicose, quer dizer, a doutrina segundo a qual a alma, devido a uma culpa originária, é obrigada a reencarnar-se em sucessivas existências corpóreas (e não apenas em forma humana, mas também em formas animais) para expiar aquela culpa.
Os testemunhos antigos registram, entre outras coisas, que ele dizia recordar-se de suas vidas anteriores.
Como sabemos, a doutrina provém dos órficos, mas os pitagóricos modificaram o Orfismo pelo menos em um ponto essencial: “O culto da ciência como meio de purificação.”
Desse modo, a ciência tornou-se o mais elevado dos “mistérios”.
O fim da vida é libertar a alma do corpo e para alcançar esse fim é preciso purificar-se, sobretudo por meio da ciência, além de uma severa prática moral.
E, como o fim último era o de voltar a viver entre os deuses, os pitagóricos introduziram o conceito do reto agir humano como tomar-se “seguidor de Deus“, como um viver em comunhão com a divindade.
Como registra um antigo testemunho: “Tudo o que os pitagóricos definem sobre o fazer e o não fazer tem em vista a comunhão com a divindade; esse é o princípio e toda a sua vida ordena-se no sentido desse objetivo de deixar-se guiar pela divindade”.
Platão daria a esse tipo de vida· a sua mais perfeita expressão no Górgias, no Fédon e no Teeteto.
Bibliografia:
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia: Antigüidade e Idade Média Volume I. 3ª ed. São Paulo: PAULUS, 1990. p. 39; 45 – 47.