Sonia Theodoro da Silva
Uma das atitudes mais difíceis de serem assimiladas pelo ser humano é a tolerância, mormente quando se trata de tolerância religiosa. No século XVII um fato abalou a França e foi motivo de livro publicado por Voltaire (Tratado sobre a Tolerância): a condenação à morte de um protestante inocente, na cidade de Toulouse, sentença esta proferida sob forte influência de ânimos exaltados de católicos. O assunto é atualíssimo, na medida em que o cotidiano de países teocráticos estimulam a intolerância religiosa em grande escala em todo o mundo.
O próprio século XX demonstrou, como pano de fundo, os motivos pelos quais países se envolveram em guerras de extermínio motivados pela ascendência de lideranças sob a influência deste ou daquele ponto de vista religioso com suas consequências nefastas. Por outro lado, negligenciar atitudes que poderiam minimizar ou até extirpar da convivência humana a ausência de respeito pelas múltiplas crenças existentes no planeta, é negar ao ser humano o direito à manifestação de sua fé, seja ela com qual roupagem se apresente. Neste mister, Allan Kardec, no rastro de Jesus de Nazaré enfatizou o caráter universal do Espiritismo, como “auxiliar das religiões” naquilo que todas elas possam ter em comum: o amor a Deus e ao próximo como a nós mesmos.
Atitudes como esta se iniciam no lar: na tolerância para com as diferenças, no respeito na convivência mútua.
Artigo publicado nos periódicos: The Journal of Psychological Studies; Giornale di Studi Psicologici; Journal Psychologischer Studien; Periódico de Estudios Psicológicos – May and June 2012.