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Libertação Pessoal

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Sonia Theodoro da Silva

“Somos o domicílio vivo dos pensamentos que geramos ou as nossas ideias são pontos de apoio e manifestação dos espíritos bons ou maus que sintonizam conosco?” (Libertação, André Luiz/F.C.Xavier)

Na questão 833 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec obtém a seguinte resposta dos Benfeitores da Humanidade com referência à possibilidade de uma vivência absoluta da liberdade: é pelo pensamento que o ser humano goza de uma liberdade sem limites, porque o pensamento não conhece entraves, sendo responsável por ele (q.834) perante Deus.

Ainda com o eco do Iluminismo a permear a elaboração de seus comentários sobre Liberdade, Igualdade e Fraternidade (Obras Póstumas), como princípios fundadores de uma perfeita ordem social capaz de conduzir o ser humano ao convívio salutar e gerador de realizações com base essencial na tolerância, no exercício de direitos iguais que implicam em iguais deveres e, portanto, na liberdade que pressupõe confiança mútua, Kardec antevê uma sociedade ausente de fundamentalismos religiosos que ritualizam a fé, de dogmatismos científicos e filosofias estanques e áridas. A possível harmonia na convivência da diversidade torna-se viável, a partir de um processo de conscientização oriunda da responsabilidade madura e legítima adquirida no exercício efetivo do que hoje consideramos apenas como possibilidade: a fraternidade.

E este processo começa com o conhecimento de si mesmo, e com a sua etapa posterior: CONHEÇA-SE – DEPOIS SEJA SINCERO COM O QUE DESCOBRIU. A sinceridade com a descoberta de conteúdos existenciais ainda necessariamente passíveis de reformulação, conduz a essa libertação pessoal e intransferível, que teve início com os ensinos de Jesus posteriormente referendados pelo Espiritismo. Libertar-se de uma sociedade construída no constrangimento religioso, político, social, começa não por ações exteriores de qualquer espécie ou ideologia, mas dentro de si, com a mesma coragem e empenho que os Construtores do Bem sobre a Terra conseguiram fazer.

Artigo publicado no Spiritist Psychological Society Journal, de Londres, Inglaterra, Ano II, N° 6, Setembro e Outubro 2009. Journal Psychologischer Studien – Wissenschaft, Philosophie und Religion, Periódico de Estudios Psicológicos – Ciencia, Filosofía y Religión, Giornale di Studi Psicologici – Scienza, Filosofia e Religione, Journal d´études psychologiques – Science, philosophie et religion

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