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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – CAPÍTULO 17 – SEDE PERFEITOS – ITEM 11 – CUIDAR DO CORPO E DO ESPÍRITO.

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Primeiramente, informo que reproduzo abaixo o muito lúcido e claro texto do prof.dr.Silvio Chibeni, professor de Filosofia na UNICAMP e pesquisador espírita. Dada a seriedade de seu trabalho, o prof. Dr. Chibeni merece todo o nosso respeito e apreço, motivo pelo qual desejamos prestar-lhe singela homenagem, reproduzindo o seu artigo de tão grande importância, mormente hoje, na data de aniversário de desencarne do prof. Hypolite Léon Denizard Rivail, Allan Kardec.

“Por que Allan Kardec?

◾ Dogmatismo?

◾Tradicionalismo?

◾Fanatismo?

◾ Visão estreita?

Vejamos:

1. A obra de Allan Kardec, quando analisada internamente, revela uma solidez lógica, uma racionalidade, uma limpidez argumentativa, uma coerência de fazerem inveja aos mais conceituados tratados filosóficos que a Humanidade possui;

2. Allan Kardec revelou, em tudo o que fez, uma prudência, um equilíbrio, uma sobriedade, um espírito positivo e despreconcebido, um bom senso, enfim, que singularizam sua figura entre todos os expoentes da cultura humana;

3. A obra de Allan Kardec, contrariamente ao que em geral acontece com outras que abordam os mesmos assuntos, está firme e amplamente baseada em fatos, cuidadosa e minuciosamente examinados à luz dos referidos critérios racionais; não surgiu entre as quatro paredes de um gabinete, mas de uma extensa convergência de informações;

4. Allan Kardec era possuidor de uma vasta erudição, transitando inteiramente à vontade pelos mais variados campos do saber – das ciências às artes, das filosofias às religiões – o que lhe permitiu trazer ao seu domínio de estudo os mais relevantes problemas que interessam ao homem, dentro de uma visão abarcante e integrada da realidade;

5. A obra de Allan Kardec apresenta-se dentro de padrões de clareza e objetividade tais, que não deixa nenhuma margem a ambiguidades e mal-entendidos, especialmente quanto aos pontos fundamentais;

6. Allan Kardec soube ser impessoal, separando com rigor suas opiniões pessoais e peculiaridades de sua vida privada do conhecimento doutrinário, que é independente e objetivo; jamais pretendeu a posse exclusiva e completada verdade, nunca recusou um princípio pelo só fato de ter sido descoberto ou proposto por outrem, nunca hesitou em abandonar uma ideia quando provada errônea por argumentos insofismáveis;

7. A obra de Allan Kardec é incomparavelmente abrangente, ocupando-se desde os fatos mais palpáveis, destacadamente os relativos à sobrevivência do ser, até as mais profundas investigações da ética, passando pelo exame lúcido das grandes questões filosóficas que ao longo das eras têm desafiado o raciocínio do homem;

8. Allan Kardec tem sido confirmado, por fontes independentes e fidedignas, como um grande emissário de Jesus, especialmente escolhido por Ele para concretizar na Terra a Sua promessa do envio do Consolador, que nada mais é do que o Espiritismo, que veio para nos ensinar todas as coisas (o esclarecimento abundante que traz), para nos fazer lembrar tudo o que Jesus nos disse (a sanção e explicação que ele nos dá dos Evangelhos),e que estará sempre conosco (a perenidade do Espiritismo);

9. A obra de Allan Kardec não é uma estrutura estática e fechada, mas sim dinâmica e aberta a complementações futuras, incorporando a característica da progressividade, essencial a todo sistema científico ou filosófico que não pretenda ser sepultado pelas constantes e inevitáveis descobertas de fatos novos e pela ampliação geral do conhecimento humano;

10. Allan Kardec testemunhou em todos os atos de sua vida a sua condição de Espírito de escol: jamais prejudicou a alguém; só com o bem retribuiu as ingratidões, ofensas e calúnias com que em vão tentaram embaraçar-lhe os passos; doou-se por completo à grande obra de educação dos homens que é o Espiritismo: a ela sacrificou o conforto, o repouso, os bens materiais, a saúde e até a própria vida.

Estudemos com seriedade essa obra.

Conheçamos de perto esse autor.

Depois, comparemo-los à obra se autores que os pretendam superar. Quais se poderão gloriar de fazer-lhes frente em apenas algumas das dez características enumeradas (para não dizer em todas)?

Retornemos, por fim, à questão: Por que Allan Kardec?

Talvez já não seja difícil respondê-la…”

Fonte: Artigo publicado em Reformador, julho de 1995, pp. 208-11.

O OESE, escrito por Allan Kardec, em 1864 sob a orientação do Espírito da Verdade, CONTINUA TRAZENDO ATRAVÉS DOS ANOS, orientações para a nossa vida, para o nosso cotidiano, para as questões que nos afligem.

O capítulo em questão, é um convite ao auto aperfeiçoamento, Kardec extrai passagens do Evangelho de Mateus, onde Jesus de Nazaré afirma que para aspirar-se à perfeição, há que trabalhar o íntimo para que a convivência seja mais amena entre as pessoas.

Neste capítulo, o item O Homem de Bem descreve o ser humano, em suas características intelectuais, morais e éticas pertencente ao plano consciencial de regeneração.

Aí está o modelo a ser seguido, a ser conscientizado e vivenciado plenamente. Na sua sequência, o item Os Bons Espíritas, que também reproduz um modelo.

Modelo de inteireza moral, conhecimento e respeito à doutrina espírita como orientadora de sua vida.

Diz esse trecho: “Aquele que pode ser, com razão, qualificado de espírita verdadeiro e sincero, se acha em grau superior de adiantamento moral. O Espírito que nele domina de modo mais completo a matéria, dá-lhe uma percepção mais clara do futuro; os princípios da Doutrina lhe fazem vibrar fibras que nos outros se conservam inertes.

“Em suma: é tocado no coração, pelo que inabalável se lhe torna a fé. (…) Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que emprega para domar as suas más inclinações.

“Enquanto um se contenta com seu horizonte limitado, outro que apreende alguma coisa de melhor, se esforça por desligar-se dele, e sempre o consegue, se tem firme a vontade.”

Em seguida, a Parábola do Semeador, também contida no Evangelho de Mateus, quando Jesus se utiliza de metáforas, direcionadas aos homens e mulheres de todos os tempos.

Jesus compara o pensamento do ser humano a uma parcela de terra onde é jogada a semente do Bem; de acordo com a qualidade da terra e a sua localização, a semente frutifica… ou morre.

Jesus descreve, de forma imagética, a qualidade do terreno que está nos seres humanos.

Trata-se de ensinamento aplicado por meio de ensinamentos aparentemente simples, mas de profundo teor educacional, e que envolve não apenas os povos de seu tempo, mas os povos de todos os tempos, onde quer que estejam, como estejam.

Jesus é o Educador Universal de nossos Espíritos, por isso sabe como envolver o raciocínio e o sentimento humanos.

Em seguida, passados os trechos informativos do capítulo, Allan Kardec passa para o trecho FORMATIVO, apresentando uma pequena lista de virtudes a serem estudadas bem como aplicadas no cotidiano do indivíduo:

O Dever, como “obrigação moral da criatura para consigo mesma, e em seguida para com os outros.” E o escritor prossegue dizendo que se refere ao Dever moral, e não ao que as profissões impõem.

Diz Kardec que “o dever é o mais belo laurel da razão, (…) o ser humano deve amar o dever não porque preserve de males a vida, males aos quais a Humanidade não pode subtrair-se, mas porque confere à alma, o vigor necessário ao seu desenvolvimento.”

Logo após, Kardec enumera a Virtude, valorizada por ela mesma, “como o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de Bem.

“A virtude, verdadeiramente digna desse nome, diz Kardec, não gosta de pavonear-se, de aparecer, de exibir-se. O s que estão perto, adivinham-na, porém ela foge à admiração das massas. “

Kardec passa, então a enumerar pessoas virtuosas, cujos exemplos se perpetuaram ao longo dos séculos, dentre as quais São Vicente de Paulo, e nós poderíamos acrescentar a esta lista, todos os que fazem efetivamente o Bem, de forma espontânea, natural, por estrito respeito à Vida e ao seu semelhante.

Poderia até citar grupos de pessoas como os Médicos Sem Fronteiras, a WWF, o SOS Mata Atlântica, o Greenpeace, o ACNUR, agência da ONU para refugiados, os Capacetes Brancos da Síria, sem contar os que trabalham anonimamente e cotidianamente no cuidado com a Vida em todas as suas manifestações.

O Espírito François-Nicholas-Madeleine completa afirmando “Que essa virtude é verdadeiramente cristã e espírita”. E acrescenta:

“Não imiteis o homem que se apresenta como modelo e exibe, ele próprio, suas qualidades a todos os ouvidos complacentes, pois a virtude que assim se ostenta, esconde muitas vezes torpezas e odiosas covardias.”

O Capítulo demonstra, em próximo item, Os superiores e os Inferiores a necessidade do exercício da autoridade, e o respeito ao próximo.

Não se trata de uma hierarquia apenas posta como governança a ser mantida à toda força, mas da hierarquia moral, aquela que sobressai a qualquer outra, porque, motivada pela empatia pelo outro, atrai o respeito e estimula o exercício da fraternidade.

Jesus de Nazaré foi e é exemplo dessa superioridade, que poderíamos chamar de Potência da Alma, como diz Léon Denis e F.Nietzsche citou vagamente, pois jamais houve sobre a Terra alguém que portasse tamanha envergadura moral.

É brilhante a exposição de Um Espírito Protetor, chamada O Homem no Mundo.

Nela, o Espírito aconselha a que tenhamos em mente que para ter uma vida virtuosa, não é preciso viver uma vida mística, afastada de tudo e de todos, e nós diríamos, por medo de contaminar-se com as mazelas do mundo.

Diz ele: “Vivam com as pessoas de sua época, como devem todos viver. Sacrifiquem às necessidades, mesmo as frivolidades do dia, mas sacrifiquem com um sentimento de pureza (sem malícia, zombaria, sarcasmo), que as pessoas possam reconhecer e felicitar.”

O Espírito ainda alerta que Seriedade não se expressa pela fisionomia fechada, mas por ações e atitudes efetivas, que demonstrem claramente a qualidade moral da pessoa que a porta, mas sem alardes, sem auto promoção.

Diríamos que Allan Kardec portava todas essas virtudes e qualidades, pois em todos os momentos, dizem seus amigos mais próximos ele as demonstrava sem alardes, muito discretamente.

Foi a árvore que deu infinitos e bons frutos.

Na Resposta à questão 628 de Allan Kardec referente à Verdade, porque ela não esteve sempre ao alcance de todos, os Espíritos Superiores acrescentam : “JAMAIS HOUVE UM TEMPO EM QUE DEUS PERMITISSE AO SER HUMANO RECEBER COMUNICAÇÕES TÃO COMPLETAS QUANTAS AS QUE HOJE LHE SÃO DADAS.”

Sonia Theodoro da Silva – filósofa e espírita.

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