DELIBERAÇÕES E POSIÇÃO DO CEFE-CENTRO DE ESTUDOS FILOSÓFICOS ESPÍRITAS, COM BASE NA FILOSOFIA ESPÍRITA, SOBRE O TEMA “PRECONCEITO”, COMO RESULTADO DOS ESTUDOS E PESQUISAS DE SEUS MEMBROS.
É FUNDAMENTAL destacar a importância da leitura e pesquisa nos originais das obras espíritas, obras essas que não trazem apenas um cunho literário, mas trazem um conteúdo de extrema importância para o nosso aprendizado.
Precisamos entender o que seja conhecimento, e o que seja opinião, ou senso comum.
O SENSO COMUM – OU SEJA – A OPINIÃO, que designa um modo de pensar qualquer, geralmente cria estigmas com relação a determinados assuntos que, se não corretamente abordados, poderão fazer crer que o Espiritismo ou mais precisamente a Filosofia Espírita, de onde toda a Codificação deriva, é uma doutrina restritiva, ortodoxa, limitadora e seletiva.
Portanto, formular o conceito de PRECONCEITO apenas como uma opinião pessoal, é antecipar o seu verdadeiro significado, a favor do SENSO COMUM, de uma opinião qualquer, sem fundamentos que possam legitimar o assunto que está sendo estudado.
A Filosofia Espírita não é – repito – não é uma filosofia que corre atrás de modismos e achismos, conforme a opinião midiática determina. É uma filosofia do ESPÍRITO e para o Espírito imortal, desenvolvida por Espíritos de envergadura intelecto moral considerável, sob as diretrizes de Jesus de Nazaré, líder moral e ético de toda a humanidade.
Esses mesmos Espíritos confirmam que nas dimensões espirituais mais elevadas do que o padrão evolutivo deste planeta, a Filosofia do Espírito ocupa posição de destaque, cursos de duração secular são realizados para o preparo de desencarnados já em fase de regeneração MORAL bem como aqueles que se preparam para futuras encarnações. (1)
PRIMEIRAMENTE, a Filosofia acadêmica com seus sistemas meramente humanos, muito embora muitos filósofos tenham intuitivamente atuado como prenunciadores do surgimento do cristianismo de Jesus de Nazaré e da própria Filosofia Espírita, bem como pavimentado esses caminhos ao longo de séculos – e foram muito poucos, num mar de filosofias que mais deixam o pensamento à deriva e a serviço das vaidades, tolas vaidades humanas, num círculo vicioso como imerso num labirinto sem saída.
Portanto, a Filosofia Espírita, trazida por e para os Espíritos encarnados e desencarnados, ameniza os sofrimentos e os conflitos espirituais do homem e da mulher de provas e expiações, elucidando, explicando, clarificando, analisando, esclarecendo, e por fim educando e enobrecendo o caráter humano –, isto sim, é CARIDADE MORAL. (2)
Abrir as comportas de costumes e hábitos antigos PORQUE ARRAIGADOS EM NOSSO INCONSCIENTE COLETIVO, já quase totalmente encerradas em séculos de tentativas de educação moral e ética, sob a pretensa chancela da Doutrina Espírita e evidenciando a pecha de PRECONCEITO ou de falta de caridade se não abertas essas comportas, ou até apoiando e anuindo ou alicerçando esses pretensos “novos comportamentos” é distorcer os ensinamentos dos Espíritos. É tentar nos abrigarmos sob as asas de desequilíbrios espirituais, criando processos obsessivos de longa, longuíssima duração, é retardar a nossa evolução intelecto-moral, a caminho da Regeneração.
Sabemos que os meios de comunicação praticamente conduzem os destinos bem como os comportamentos humanos, pois estão a serviço das imposições do Estado, dos interesses de patrocinadores, da própria máquina midiática. Com raríssimas exceções, a mídia se impõe como condutora das opiniões alheias, fugindo aos seus ideais de origem, ou seja, de fomentadora da educação e do lazer condignos. O jornalismo ideológico e político ideológico que fomentam a discórdia e a divisão, o jornalismo rasteiro que vulgariza comportamentos patológicos num espetáculo de horror cotidiano fugindo aos seus ideais de BEM INFORMAR PARA BEM MELHORAR A VIDA DO CIDADÃO, de tempos em tempos tem escavado nos porões de nosso inconsciente coletivo hábitos e vícios que considerávamos superados, principalmente com relação à sexualidade.
Se nos afastássemos no tempo e fossemos para o futuro num exercício virtual, veríamos a verdadeira “formatação” desse inconsciente coletivo que se realiza no presente momento e que nos encaminha – principalmente os jovens – à aceitação sem qualquer crítica, sequer uma análise cuidadosa, de comportamentos aberrantes, encaminhando às drogas, à violência física ou mesmo gestual, a entrega ao desregramento sexual, à morte, ao suicídio direto ou indireto, principalmente através das mídias sociais, numa condescendência pacífica e complacência perigosa de pais, educadores e da sociedade em geral.
A Filosofia Espírita, depois criticamente desenvolvida no Jornal de Estudos Psicológicos, que entre nós tomou a tradução de Revista Espírita, patrocinada pela Sociedade de Estudos Espíritas e dirigida por Allan Kardec e seus estudiosos, é um manancial de instruções a um nascente movimento de estudos espíritas que foi de 1858 a 1869 – durante esse período, os Espíritos Superiores transitaram muito de perto junto aos encarnados, transmitindo aos médiuns responsáveis e dedicados à causa espírita cuidadosamente selecionados por Allan Kardec, e desenvolveram, num trabalho criterioso e nunca igualado, a Filosofia Espírita ou dos Espíritos, desprovida do espírito humano de sistemas, portanto também de opiniões, de “achismos” e de modismos que nada mais fazem do que refletirem a caminhada temporal humana, com seus conflitos de ideias e de comportamento, num refinamento atraente de velhos e carcomidos hábitos decadentes e rasteiros.
Jesus de Nazaré convivia com todos e a todos abrigava em seus eflúvios de amor e compreensão, porém, nunca condescendeu com os erros humanos. Ao invés, educou amparando, dizendo após afastar as obsessões: “vai e não peques mais para que não te aconteça o pior”, ou seja, “vai e não tornes a errar” porque sabia que a fragilidade e a ignorância humanos eram os responsáveis pelo sofrimento vivido ou compulsoriamente imposto.
E para tanto, prometeu enviar o Parácleto, que complementaria os seus ensinamentos e derrogaria os erros humanos a ele impostos ao longo dos milênios. (3)
A Filosofia Espírita, trazendo consigo ensinamentos eternos e imutáveis (imutáveis porque nunca sujeitos às opiniões e críticas humanas, imutáveis porque eternos) vale para este planeta bem como transita em todo o Universo, porque a “Casa do Pai é imensa”, é produto do Amor de Deus para com todos, é desprovida de mitos e alegorias, de pretensas verdades porque a Verdade é uma só, e foi trazida por Jesus e completada pela Filosofia do Espírito: o Espiritismo.
Ao longo de alguns programas FILOSOFANDO, produzido pela TV Mundo Maior, os desdobramentos do tema PRECONCEITO estão abordados: homofobia, intolerância religiosa, misandria e misoginia, preconceito contra idosos, xenofobia, discriminação racial, bullying, bullying cibernético ( ).
Abrir mão do conhecimento espírita é deixar-se cativar pelas armadilhas da opinião que não pensa, que não reflete as consequências, e o que é pior, arrasta multidões em torno de posturas e raciocínios equivocados.
O CONCEITO de PRECONCEITO, segundo os dicionários, é “um juízo preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude ’discriminatória’, perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou ‘estranhos’. Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém, ou de um grupo social, ao que lhe é diferente. As formas mais comuns de preconceito são social, racial e sexual.
“No Brasil, preconceito é crime. De modo geral, o ponto de partida do preconceito é uma generalização superficial, chamada ‘estereótipo’. Exemplos: “todos os alemães são prepotentes”, “os portugueses são ignorantes”, “os brasileiros são alegres, pacíficos e adoram futebol”, além do conceito de raça pura, dentre outros.
Portanto, na série FILOSOFANDO, os temas homossexualidade e Homofobia, Preconceito racial, Discriminação, Intolerância, preconceito sexual, preconceito social, intolerância religiosa, efeito halo, bullying e bullying cibernético, misandria, misoginia, e xenofobia estão devidamente abordados.
Sócrates trabalhou o CONCEITO das palavras. O conceito tráz, para a consciência, as referências expressas pelas ações e pelo senso comum, comumente não pensadas e não refletidas.
Conceituando as palavras, entendemos melhor, nos situamos, pois as palavras são portadoras de significado.
Recomendamos a leitura, o estudo e a reflexão nas obras da Filosofia Espírita e de Allan Kardec.
Sonia Theodoro da Silva
CEFE-CENTRO DE ESTUDOS FILOSÓFICOS ESPÍRITAS