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Evangelhoterapia

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Sonia Theodoro da Silva

http://spiritistphilosophy.blogspot.com

Os séculos 19 e 20 caracterizaram-se pelo recrudescimento dos conflitos humanos que engendraram um panorama extremamente desconcertante e aflitivo, quando comparados, durante o mesmo período, às realizações científicas, filosóficas, sociais e artísticas. O ser humano, exibindo, de forma clara e sem rebuscamentos, os seus erros e delitos, parece buscar, com o mesmo empenho, soluções para os dramas que o aturdem.
Herdeiro de suas próprias inquietações, tem ido ao encontro de respostas para os dramas existenciais que a tecnologia avançada, com todo o seu glamour e eficiência, não logrou equacionar; ao contrário, parece potencializar os mecanismos de fuga diante da realidade que se exibe, clara e sem rebuscamentos: traz consigo fissuras morais graves que parecem acentuar-se a cada dia, e que não acompanham, no mesmo ritmo, o progresso científico. A primeira década do século 21, embora escolhida pela ONU, para ser a Década da Cultura de Paz, demonstrou ser uma das mais violentas, pois herdou, dos séculos anteriores, a mesma psicosfera restritiva de valores morais elevados e de ausência de respeito pela Vida, manifesta de todas as formas.

Sem dúvida, vivemos a transição tão contundentemente proclamada por Jesus e pelos Espíritos Superiores de todos os tempos. Questões recorrentes, como as que o Existencialismo propôs, convergem hoje, de forma natural, não para o niilismo feroz, mas para a Filosofia de Luz, a Espírita: quem somos, porque existimos, de onde viemos, para onde caminhamos; e muitas outras podem ser respondidas de maneira simples e clara. As anomalias de toda a sorte, o desgoverno íntimo, a fragmentação de nossos sentimentos, são apenas um viés desse panorama doloroso que tende a encaminhar o homem para uma só direção: o necessário encontro consigo mesmo. E o Evangelho de Jesus de Nazaré, iluminado pelas luzes da Sua Doutrina, poderá fazer esse papel: iluminação das consciências que hoje jazem na incompreensão, na ignorância, nas aflições, renovando-lhes a esperança.

Sigamos, pois, o convite de Jesus, delineado numa das passagens mais belas de O Evangelho segundo o Espiritismo, “Lei de Amor”: quando a adotarem para regra de conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não mais haverá ódios, nem dissensões, mas, tão somente, união, concórdia e benevolência mútua.

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