O grande pensador francês disse certa vez: “A fé é a confiança da criatura em seus destinos, é o sentimento que a eleva à infinita Potestade, é a certeza de estar no caminho que vai ter à verdade. A fé cega é como farol cujo vermelho clarão não pode traspassar o nevoeiro; a fé esclarecida é foco elétrico que ilumina com brilhante luz a estrada a percorrer.” (Depois da Morte, pg.349)
Assim é Léon Denis; via o Espiritismo como fonte inexaurível de Conhecimento, mas também de poesia. Seus livros pincelaram com luzes brilhantes o quadro da vida humana, repleta de dores e de vazio existencial. Já em seu tempo – séculos XIX e XX -, teve de assistir a várias guerras. A última, a I Guerra Mundial, porém europeia, trouxe-lhe a inspiração para o livro “O Mundo Invisível e a Guerra”.
Seu passado remoto, como druida em terras galesas enfeitavam o seu perfil de um amor profundo à pátria francesa. Em outra reencarnação, como John Wycliffe, primeiro tradutor para a Bíblia no idioma inglês, garantiu-lhe a certeza de que o Espiritismo era realmente o Cristianismo de Jesus de Nazaré, redivivo e pleno de princípios conducentes à Verdade e à Vida.
Sua obra extensa aborda filosofia e religião. Léon Denis deu continuidade à obra de Allan Kardec divulgando o Espiritismo no ponto onde o mestre lionês parou ao desencarnar em 1927. Escreveu mais de 20 livros e Opúsculos, estes últimos compostos após as palestras que proferia pela França.
Léon Denis é um dos maiores pensadores do Espiritismo na medida em que reflexiona sobre a evolução do Princípio Inteligente nos reinos da Criação. É famosa a sua frase: “O princípio espiritual dormita na matéria bruta, acorda na matéria orgânica, adquire atividade, se expande e se eleva no Espírito.’ (O Problema do Ser, do Destino e da Dor, pg. 63) – ou então – “Na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente.” (ibid, pg.123).
Reflexionando sobre as questões que afligem a alma humana, foi o precursor da Filosofia Espírita da Existência, tema posteriormente trabalhado por José Herculano Pires.
Seus principais biógrafos o caracterizam como homem sereno, de voz possante mas calma, de presença marcante e afável. Exercia a caridade com o mesmo empenho em que se dedicava ao Espiritismo teórico, influenciando os meios políticos franceses com suas ideias de amparo social aos desvalidos daquele país.
Léon Denis escreveu os seguintes títulos:
- Cristianismo e Espiritismo
- Depois da Morte
- Espíritos e Médiuns
- Joana D’Arc, Médium
- No Invisível
- O Além e a Sobrevivência do Ser
- O Espiritismo e o Clero Católico
- O Espiritismo na Arte
- O Gênio Céltico e o Mundo Invisível
- O Grande Enigma
- O Mundo Invisível e a Guerra
- O Porquê da Vida
- O Problema do Ser, do Destino e da Dor
- O Progresso
- Provas Experimentais da Sobrevivência
- Socialismo e Espiritismo
- O Espiritismo e as Forças Radiantes
- Espíritos e Médiuns
- O Progresso
Eduardo Carvalho Monteiro, autor de “Dossiê Léon Denis”, coletânea das conferências proferidas pelo ilustre pensador, comenta: “Léon Denis é totalmente desconhecido da geração atual. As camadas de areia da memória foram trazidas pelas vagas que, umas sobre as outras, foram cobertas, ocultando o passado glorioso de um dos mais sábios filósofos que a França já produziu.” (ibid., pg.9).
Léon Denis por diversas vezes representou o Brasil nas Conferências Espíritas locais e mundiais; ao tomar conhecimento da morte de Bezerra de Menezes, exclama sobre a grande perda para os espíritas brasileiros: “retorna o Kardec brasileiro.”
Seus principais biógrafos são:
Gaston Luce: Léon Denis – o apóstolo do Espiritismo, sua Vida, sua Obra;
Claire Baumard: Léon Denis na Intimidade;
Eduardo Carvalho Monteiro: Dossiê Léon Denis – Artigos, Cartas e Conferências Inéditas
Daisy J. Machado – Léon Denis e o Congresso Espírita Internacional de Paris de 1925.
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PESQUISA: Citadas neste texto.
Pesquisadora: Sonia Theodoro da Silva
