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Vida é o Amor na Existência

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Qual o sentido da vida? Os filósofos da antiguidade grega já se perguntavam e buscavam respostas em meio ao desconhecimento dos fatores geradores da própria existência material. Posteriormente, com Sócrates, o foco foi direcionado para o ser humano – quem era o homem? Como ele pensava? Como ele deduzia das coisas que o cercavam a possível existência de um deus ou deuses “provocadores” dos fenômenos e que interferiam na continuidade da vida? E porque isso acontecia?
Em seus capítulos iniciais, o livro O Céu e o Inferno de Allan Kardec reflete sobre o sentido do existir, rememorando René Descartes e William Shakespeare. Quanto ao primeiro, Kardec deduz que se vivemos, pensamos e agimos, e mais, morremos, a lógica estaria no fato de que necessariamente algo deveria sobreviver à decomposição dos corpos, ao que a grande questão de Hamlet, frente aos restos mortais de seu bobo-da-corte, o confronta com o grande vazio causado pela ausência de alguém por quem nutria afeto. Onde a alegria? Onde as brincadeiras? Onde o sorriso maroto e a gargalhada espontânea? O que era feito daquele homem, onde ele estaria? Afinal, a grande questão era ser – no sentido de estar, existir, ou não-ser, o vazio, a vacuidade extravasada do silêncio de uma presença-ausência?
Essas grandes incógnitas sempre alimentaram o imaginário humano. As culturas místicas da Antiguidade criaram lugares pós-morte onde o sofrimento daquele que pecava era feito de fogo e lavas de um vulcão em permanente erupção, que o catolicismo ampliou como um lugar de estada eterna, sob a natural influência do maniqueísmo. Com o tempo, o desejo de livramento das dores eternas criou o purgatório e finalmente o paraíso, ambos fictícios, já que o tempo revelou ao ser humano que estes são estados de alma e não lugares físicos onde a alma viria a habitar permanentemente.
A Filosofia sempre buscou respostas racionais para o problema da morte. Contudo, as escolas existencialistas jamais pensaram numa possibilidade de sobrevivência após a morte, encarada como fim de tudo. Muito menos na origem da consciência, alma, razão ou espírito, já que, criada com a gestação carnal, com ele, corpo, morreria sem deixar rastros, a não ser restos decompostos.
Somente a Filosofia Espírita poderia preencher essa incógnita-lacuna milenar, quando, com base nas pesquisas criteriosas e rigorosas de um novo, novíssimo método investigativo, Allan Kardec revelaria ao mundo que o Ser é, jamais poderia não-Ser, já que conservava a sua individualidade, sua personalidade, seu caráter, suas conquistas intelectuais, todos íntegros mesmo após a morte.
Contudo, esse conhecimento, apesar de ser a maior revelação que o mundo poderia ter recebido, ainda era insuficiente para fazer do homem um ser portador de sentimentos de plenitude existencial, que o vulgo traduz como felicidade.
Allan Kardec então, volta-se para os ensinamentos de Jesus de Nazaré, e compõe um dos mais eloquentes Evangelhos, pois baseado nas palavras e ensinos morais do Mestre. E mais, recebe a companhia de antigos cristãos que com a delicadeza e a firmeza de bons educadores, realçaram aqueles ensinamentos, decodificando-os numa linguagem pertinente à evolução intelectual alcançada pela humanidade, tornando-os claros, objetivos, e mais, trouxeram de volta, juntamente com as reflexões de Allan Kardec, a verdadeira imagem-Verdade de Jesus, despido da mitologia das igrejas, claro e límpido e acessível a todos nós.
O seu é o Amor plenificado nos milênios de evolução, partícipe da obra do Pai, Espírito Puro e exemplo a ser seguido, pois é Caminho, Verdade e Vida.
Sonia Theodoro da Silva, filósofa.
Publicado Jornal SPS, Londres, Inglaterra – 2017 (em 6 idiomas)

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