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Allan Kardec

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Hippolyte Léon Denizard Rivail, conhecido pelo pesudônimo de Allan Kardec, nasceu em Lyon, cidade francesa, no dia 03 de Outubro do ano de 1804, desencarnando em 31 de março de 1869 aos 65 anos, vitimado por um aneurisma, em Paris. Era filho de Jean Baptiste Antoine Rivail, juiz, e de Jeanne Louise Duhamel, descendentes de antiga família lionesa, de nobres e dignas tradições.  Embora filho de pais católicos, Rivail foi criado no protestantismo, mas não abraçou nenhuma dessas religiões.

Em 1814, com 10 anos, ingressou na escola de Yverdon, considerada a escola modelo da época, na Suíça, dirigida pelo prof. Jean Heinrich Pestalozzi, considerado o pai da pedagogia moderna, de onde saiu em 1823 bacharel em ciências e letras, sabendo falar e escrever o alemão, o inglês, o espanhol, o italiano e o holandês, além de latim, grego e gaulês em regresso à França.

Tornou-se dos mais destacados alunos de Pestalozzi, pois era dotado de uma inteligência privilegiada, direcionando-se assim para o ensino por vocação.

Ainda muito jovem, aos 14 anos, já colaborava com seu mestre, substituindo-o sempre que se fazia necessário. Alguns anos mais tarde seria reconhecido entre os grandes educadores europeus.

Em 1831 conheceu a pessoa que seria para ele o porto seguro durante toda a sua vida, srta. Amélie Gabrielle Boudet (como ele dizia, sua “doce Gabi”), que, três meses depois, no dia 06 de Fevereiro de 1832, tornou-se a Sra. Rivail.

Entre os anos de 1835 a 1840 ministrou cursos gratuitos, seguindo a filosofia filantrópica de ensino do prof. Pestalozzi, de astronomia, química, física, fisiologia anatomia comparada, etc.. “De 1843 a 1848, Rivail deu também cursos públicos, bissemanais, de matemáticas e astronomia. E Léopold Dauvil, que foi um dos redatores da Revue Spirite, conta que os alunos e até mesmo os professores que frequentaram os referidos cursos admiravam a simplicidade das demonstrações do mestre e a facilidade de sua elocução.” (Allan Kardec, o educador e o  codificador, Vol.1, Z. Wantuil e F.Thiesen, p. 161, ed. FEB, Brasília, 2004)

Antes que o Espiritismo lhe tivesse difundido o pseudônimo de Allan Kardec, tinha o prof. Rivail alcançado méritos  inquestionáveis no campo educacional de varias áreas. Escreveu varias obras referente a educação, que desfrutaram grande aceitação nos círculos acadêmicos de então: gramáticas, aritméticas, estudos pedagógicos  superiores;  traduziu obras  inglesas  e alemãs.

Fundou em Paris – com sua esposa Amélie Gabrielle Boudet  –  um  estabelecimento  de ensino semelhante  ao  de Yverdun.

Foi no ano de 1853, que as mesas girantes começaram a surgir como fenômeno mundial e tomando o formato de brincadeiras de salão nos países europeus, bem como na França e EUA onde se popularizaram com as célebres Irmãs Fox.

O ano é 1854, e o prof. Rivail, com cinquenta anos de idade, é membro de diversas instituições culturais, destacando-se a Sociedade das Ciências Naturais de França. Neste ano, Prof. Rivail ouve falar pela primeira vez nas mesas girantes, por meio do Sr. Fortier, magnetizador seu conhecido, ao que atribuiu facilmente uma propriedade do magnetismo e não muita importância deu ao fato.

O Sr. Carlotti lhe fala pela primeira vez que os fenômenos eram produzidos por Espíritos. Por convite do Sr. Fortier, o Prof. Rivail foi levado até a casa da família Baudin, onde pôde assistir a uma sessão ali desenvolvida. Serviam de médiuns as Srtas. Caroline (16 anos) e Julie (14 anos) Baudin, através das quais foram respondidas, posteriormente, pelo método da cesta que escreve, a maioria das perguntas de “O Livro dos Espíritos” em sua primeira edição (500  perguntas), datada de 18 de Abril de 1857. Em 16  de  Março  de  1860  surgiu então a versão definitiva, com 1019 perguntas e respostas, oficialmente iniciando-se assim a sua principal missão como o codificador da Doutrina Espírita consoladora, porque confere conhecimento e, por conseguinte, fé racionada.

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Codificação Espírita

O Livro dos Espíritos, 1857, Filosofia Espírita;

O Livro dos Médiuns, 1861, Ciência Espírita: comunicabilidade dos Espíritos;

O Evangelho Seg. Espiritismo em 1864, a Ética e a Moral espíritas, com base no ensino moral de Jesus de Nazaré;

O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo,1865;

A Gênese – os milagres e as predições, 1868;

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Além delas, como Kardec, publicou mais cinco obras complementares:

Revista Espírita (periódico de estudos), publicada mensalmente de janeiro  de 1858 a junho de 1869;

O que é o Espiritismo? (resumo sob a forma de perguntas e respostas, num  diálogo virtual entre O Padre, O Cético, O Crítico e um Filósofo), em 1859;

Instrução Prática sobre as manifestações (substituída pelo O Livro dos Médiuns);

O Espiritismo em sua mais simples expressão, em 1862;

Viagem Espírita em 1862.

Após o seu falecimento foi publicada a coletânea de reflexões do autor:

Obras Póstumas, 1890 (Publicação  após a sua morte, pela Sociedade Espírita de Paris).

Outras obras menos conhecidas foram também publicadas no Brasil:

O Principiante Espírita;

A Obsessão.

(…) o Espiritismo, restituindo ao Espírito o seu verdadeiro papel na criação, constatando a superioridade da inteligência sobre a matéria, apaga naturalmente todas as distinções estabelecidas entre os homens segundo as vantagens corpóreas e mundanas, sobre as quais o orgulho fundou castas e os estúpidos preconceitos de cor. O Espiritismo, alargando o círculo da família pela pluralidade das existências, estabelece entre os homens uma fraternidade mais racional do que aquela que não tem por base senão os frágeis laços da matéria, porque esses laços são perecíveis, ao passo que os do Espírito são eternos. Esses laços, uma vez bem compreendidos, influirão pela força das coisas, sobre as relações sociais, e mais tarde sobre a Legislação social, que tomará por base as leis imutáveis do amor e da caridade; então ver-se-á desaparecerem essa anomalias que chocam os homens de bom senso, como as leis da Idade Média chocam os homens de hoje…
(Revista Espírita, 1861)

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Referências Bibliográficas

Recomendamos a leitura dos seguintes livros de referência sobre a vida de Allan Kardec e sua Obra:

1)    Allan Kardec, o Educador e o Codificador – Zêus Wantuil e Francisco Thiesen;

2)    Vida e Obra de Allan Kardec – André Moreil.

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Pesquisa: Anísio José de Oliveira (Pesquisador CEFE)

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