Nascido em 09 de setembro de 1828 em Yasnaya Polyana na Rússia, Liev Nicolaevitch, conde de Tolstoi, também conhecido como Léon Tolstoi, era filho de Nicolas Ilyitch, conde de Tolstoi e de Maria Nicolaevna, princesa de Volkonsky.
Muito cedo seus pais desencarnam e Tolstoi é criado por preceptores. Com forte sentimento de vazio existencial quando jovem alista-se no exército o que mais tarde o influencia na escolha em ser um pacifista. De vida desregrada e libertina na fase da juventude, torna-se um dos maiores escritores de sua época.
Casou-se em 1862 com Sônia Andreievna Bers e teve 13 filhos. Mas a felicidade familiar durou poucos anos e entre brigas e desentendimentos, escreveu suas obras mais famosas:
Guerra e Paz (1865/1869), sobre as campanhas de Napoleão na Rússia, e Anna Karenina, onde denunciou a hipocrisia reinante no ambiente social daquela época.
Educação
Léon Tolstoi era muito preocupado com a educação no meio rural, onde as condições eram muito precárias. Assim, ele cria em Iasnaia Poliana, na década de 1850, uma escola, para filhos de camponeses. Escrevia, ele próprio, boa parte do material didático e, ao contrário da pedagogia da época, seus alunos eram livres para criar, e não havia punições.
Um sentido para a vida
Tolstoi se consagrou como escritor, porém, tinha grandes conflitos íntimos, e questões como o sentido da vida o atormentavam.
Busca respostas na filosofia, na teologia, na ciência, mas nada o satisfaz. Então passa a viver uma vida simples, como um camponês, para de beber e fumar, torna-se vegetariano.
Torna-se pacifista, e interpretando segundo seu entendimento os ensinamentos de Jesus, passa a recusar a autoridade de qualquer governo organizado e de qualquer igreja, criticando o direito a propriedade privada e os tribunais. Passou a pregar a não violência. Tem início uma série de panfletos, ensaios e peças teatrais onde o foco era a critica à sociedade e o intelectualismo improdutivo.
Foi excomungado pela Igreja Ortodoxa Russa em 1901, e só não foi preso porque era famoso no mundo todo como um dos maiores nomes da arte de seu tempo.
Segundo Mahatma Gandhi, que trocou diversas correspondências com Léon Tolstoi, ele foi o maior “apóstolo da não-violência”.
Pacifista convicto, Tolstoi no livro “O Reino de Deus está em vós”, baseia-se no Sermão da Montanha para afirmar que não se deve resistir ao mal utilizando-se do próprio mal.
Religião X Religiosidade
Tolstoi não acreditava em dogmas impostos pela religião, como por exemplo, a Trindade, onde se afirma a unidade divina entre Deus e Jesus. Para Tolstoi, Deus estava nas ações das pessoas e Jesus foi o homem que melhor soube exprimir uma conduta moral que gerasse justiça, felicidade e elevasse espiritualmente a todos os homens.
Biógrafos de Tolstoi afirmam que ele agia como os cristãos primitivos.
Conflitos familiares e a morte de Tolstói
A família de Tolstoi não aceitou o seu novo modo de vida, uma vez que ele havia recusado receber os direitos autorais de seus livros. Sua esposa cobrava uma vida de riqueza e luxos e seus filhos a apoiavam, visto terem sidos acostumados a viver de tal maneira. Sonia queria que Tolstoi lhe deixasse em testamento os direitos autorais das obras que fez na fase final de sua vida. Porém, Tolstoi, havia feito um testamento secreto, no qual passaria todos os direitos autorais a Chertkov, um seu amigo que tornaria sua obra pública.
Léon Tolstoi foge de casa, contudo, já estava com a saúde debilitada, e por viajar de terceira classe, onde as condições eram precárias, contraiu uma pneumonia que o leva ao tumulo em 20 de novembro de 1910, aos 82 anos de idade.
O corpo de Tolstoi foi recebido por camponeses e operários que viviam próximos à propriedade dos Tolstoi. Uma multidão em torno de quatro mil pessoas foram lhe prestar as últimas homenagens e o número só não foi mais expressivo porque o governo de São Petesburgo proibiu a vinda de trens especiais de Moscou para o enterro do escritor.
Sua morte foi noticiada nos principais jornais do mundo.
O corpo de Léon Tolstoi está sepultado no local em que foi sua casa em Yasnaya Polyana, Tul’skaya Oblast’, na Rússia.
Tolstoi volta do túmulo para escrever
Léon Tolstoi através da mediunidade ímpar de Yvonne A. Pereira em 1963 apresenta-nos a obra: “Ressurreição e Vida” (ed. FEB, com 314 p.), contendo seis contos e dois mini-romances ambientados na Rússia. Nesse livro, o Espírito Léon Tolstoi, no capítulo I, narra o seu encontro com Zaqueu. E em 1974, “Sublimação” (ed. FEB, com 221 p.) contendo dois contos do Espírito Charles, um vivido na Pérsia e outro na Espanha e três contos de sua autoria, passados na Rússia.
Neide Fonseca.
